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Brasil Colônia de si mesmo!


Precisamos conversar sobre o medo.


Não me pronunciei até agora sobre essa armação toda, porque ainda parecia não ter achado o ponto exato e comum entre os vários lados que se apresentam nessa briga toda. Mas, eis que depois do sonho meditativo surge a cerne de tudo: O MEDO.

Vejo medo de todos os lados. O medo me parece ser a base de tudo. O medo da mudança. Porque esta claro que precisamos e queremos uma mudança. Só que ela precisa de outros comportamentos, de outra cultura, precisamos arrancar o medo do branco, o medo do preto, o medo do vermelho, o medo do branco, azul e vermelho.


Tudo medo verde e amarelo.


Estão arrancando nossa forca mineral. Como terra brasilis, ainda permanecemos explorados, mas agora o colonizador somos nós mesmos. Nos acostumamos a ser explorados e não sabemos o que fazer com a possibilidade de ser livre, de fazer diferente. Foi isso que conquistamos, independente de partido politico e desse modo confuso, incoerente, caótico e contraditório, como somente um brasileiro sabe que a vida é, que talvez possamos ultrapassar a linha tênue entre a sombra e a luz.


Só que para ultrapassar essa linha tênue, precisamos parar de achar que somos apenas a terra do futebol e da abundancia da natureza. Temos outras abundancias e estamos esquecendo elas. Já perdemos no futebol e nossas entranhas já não são mais as mesmas.


Então, vamos falar um pouco mais do medo. O medo de direita, de esquerda e do centro.Em uma análise psicológica simples, quando alguém monitoriza constantemente o seu corpo à procura de sensações desagradáveis que julga serem ameaças para a sua vida, isso pode paralisar.


Debater o medo e a insegurança hoje presentes em quase todos os centros urbanos é pensar como tais sentimentos têm sido produzidos. Não os entendo, portanto, como fazendo parte da natureza do ser humano, da sua essência. Como quaisquer outros sentimentos, eles têm uma história, pois são forjadas em determinadas épocas, ou de determinadas formas e maneiras. O que hoje está posto no mundo, inclusive os nossos sentimentos que julgamos ser exclusivamente aspectos da nossa natureza, têm um caráter histórico e, portanto, mutável.


Vamos então olhar para nossa historia. O que não queremos ver na foto da baba negra? O que não queremos ver no trauma que ainda existe por conta de um período de ditadura enorme que corrói a velhice de alguns e ainda aterroriza nossos adultos que nasceram na ditadura? Temos medo de nossos juízes, temos medo de nossa policia, temos medo dos outros como de nos mesmos. E, medo paralisa, estamos perdidos, não sabemos para onde ir. Porque talvez não tenhamos construído ou visualizado para onde ir. E, isso porque tínhamos medo. E talvez seja a hora de expurgar todos os medos, ver que nao ha lado e que estamos do mesmo lado.


Quando o medo, não um medo real, é sobretudo criado por inseguranças, por experiências de insucesso, de perda, de vergonha, de autoestima diminuída, torna-se em algo difícil de lidar. Pode conduzir-nos à paralisação de algumas ações importantes e significativas para a nossa vida.


Eu sugiro, primeiro os 6 PASSOS PARA SUPERAR O MEDO IRRACIONAL:


1. Detectar e regular as suas respostas emocionais.


2. Questionar os seus pensamentos negativos.


3. Use os seus sentidos para ficar no momento presente. Enquanto você está antecipando as consequências do seu medo, ou monitorizando a possível ameaça, está perdendo o que está realmente acontecendo no presente, o que pode ver, cheirar, saborear, sentir e ouvir. Fazer o que necessita ser feito


4. Exponha-se gradualmente ao seu medo.


5. Lembre-se do que você já conquistou.

O problema maior não é sentir medo, é sim, deixar que o medo tome conta de você e, com isso, deixar de fazer coisas que gosta ou precisa fazer. O medo irracional é exatamente isso, irracional, e revendo na sua mente as situações que você já passou e superou, certamente vai sentir-se mais forte e preparado para enfrentar o seu medo.


Perante um período de medo, viva um dia de cada vez.


Isto pode parecer um clichê, mas é especialmente eficaz quando se trata de lidar com o medo. Alguns tipos de medo estão associados a preocupação elevada com algo que possa vir a acontecer no futuro. Este tipo de cenário pode gerar elevada ansiedade, que coloca a pessoa em estado de alerta constante. É como se a pessoa vivesse momento a momento um medo ilusório, que apenas existe na sua cabeça, construído por uma projeção mental no futuro. O truque para que possa reduzir a angústia da projeção do seu medo, é viver um dia de cada vez, enfrentado o medo um dia de cada vez. Ou seja, é muito mais fácil superar um determinado medo, quando você diz a si mesmo, que só tem de fazê-lo por um curto período de tempo. Coloca assim em marcha as estratégias de redução ou superação do seu medo, para depois, dia a pós dia reproduzir o mesmo processo sempre que o medo se faça sentir. Ao fazer isto, comprova a você mesmo que não tem motivos para estar a projetar a sua preocupação exagerada no futuro, porque cada vez que sentir medo, sabe como reduzi-lo, superá-lo, ou até mesmo extingui-lo.


6. O seu medo alimenta-se do seu proprio medo.

O medo pode tomar o controle das nossas mentes e fazer-nos acreditar que o perigo é iminente, mesmo quando estamos perfeitamente seguros. Ele pode sobrecarregar as nossas emoções, até ao ponto que ficamos “cegos” e não vemos mais nada a não ser o cenário catastrófico gerado na nossa mente. O medo pode realmente atrapalhar imenso a sua vida, mas só se você permitir. Às vezes, temos mais controle sobre os nossos medos do que julgamos

(fonte: http://www.escolapsicologia.com/6-estrategias-para-superar-o-medo-irracional/)


Uma outra leitura que recomendo é o texto de Cecília Maria B. Coimbra, quepode ser encontrado no site:

http://www.slab.uff.br/images/Aqruivos/textos_sti/Cec%C3%ADlia%20Coimbra/texto64.pdf


Alguns trechos interessantes:


“-O Homem “Moderno” Produzido no Século XIX e seu fortalecimento no Brasil dos anos 70.*


Cada vez mais, nesses anos 90, o medo e a insegurança são produzidos e ligados diretamente a certos espaços públicos e aos miseráveis. Sob novas fisionomias e utilizando algumas das estratégias dos anos 60/70, as políticas de segurança pública12 hoje na América Latina, fortalecem processos onde “juizes” e “autores” são pessoas necessárias à “limpeza” do corpo social “enfermo”; é o que ocorre com os grupos de extermínio. Para esses “enfermos” - percebidos como perigosos e ameaçadores - são forjadas identidades (como se todos os pobres fossem iguais), onde suas formas de sentir, viver e agir são tornadas homogêneas, percebidas como inferiores e por isto, desqualificadas. São, por exemplo, crianças e adolescentes já na marginalidade ou que poderão se tornar marginais - porque pobres - que devem ser exterminados. A modernidade exige cidades limpas, assépticas, onde a miséria - já que não pode ser mais escondida e/ou administrada - deve ser eliminada. Eliminação não pela sua superação - através de programas e projetos sociais emergenciais - mas pelo extermínio daqueles que a expõem incomodando os “olhos, ouvidos e narizes” das classes mais abastadas.


(...)

o século XIX com a implantação definitiva do capitalismo na Europa. Naquele momento vai ser produzido este homem que hoje conhecemos: um ser voltado para dentro de si, onde o que predomina é a sua vida “interior”, os seus sentimentos, a sua “autenticidade”; enfim, o seu “íntimo”. Este homem “intimizado”,4 que se preocupa somente com a história de sua própria vida e com suas emoções “particulares”, volta-se para o “refúgio” que é a família, o lar, desqualificando e atribuindo grandes perigos aos espaços públicos. A intimidade do privado é que lhe dará garantias de bem viver; no público, nas ruas moram o mal, a desordem, as doenças.


(...)

Este homem “intimizado”, inseguro e com medo das massas, dos espaços públicos emerge na América Latina durante o período das ditaduras militares (anos 60 e 70) com um outro “rosto”, uma outra “fisionomia”. Naquele período, qualquer manifestação coletiva é percebida como perigosa e as ruas como o lugar da ameaça e do perigo, não mais abstratamente como no século anterior, mas em cima da produção de um inimigo concreto: o comunismo. Aos que resistem àquele estado de exceção e aos modelos então vigentes serão impostos rótulos, estigmas, pois os “comunistas” são percebidos como seres “diferentes”: pensam diferente e comportam-se diferentemente.


(...)


Um dos mais eficazes aparelhos, hoje responsavel pela forma como interpretamos e concebemos o mundo, é a mídia.


No Brasil apos o golpe militar de 1964 e, principalmente, nos anos 70 – período mais duro de arbítrio e terror – verificou-se um notável fomento nos meios de comunicação. Principalmente, o desenvolvimento das telecomunicações – exigência clara nos planos para se aperfeiçoar e expandir a tao decantada defesa nacional – permitiu que de norte a sul, programas pudessem ser vistos e ouvidos pelos mais diferentes segmentos de nossa sociedade.

(...)

A mídia hoje, através de formas espetaculares e dramáticas, produz as “identidades”, as simpatias e antipatias, os prós e os contras. Trabalha-se unicamente com dois valores: o bom e o mal e, na medida em que isto prevalece, fica-se privado do “discurso matizado e argumentativo”. Ou seja, empobrecendo os acontecimentos, anulam-se as multiplicidades e diferenças e, impõe-se uma forma maniqueísta e dicotômica de pensar, sentir e agir.


NOSSOS MEDOS TÊM HISTÓRIA.


Não vivemos mais em uma ditadura, nem somos mais colonizados. Só precisamos perder o medo.


Parece simples, mas não é. Então, comece a rever o seu medo e quando se deparar com o medo do outro, abrace-o, dialogue, não é brigando que o medo dos dois vai passar ;)


E, o mais curioso nisso tudo são os “slogan” de nossas grandes Empresas (nossa fonte de fortuna e de desgraças, de corrupção).


Furnas é “Energia que impulsiona o Brasil”.

“Vale: “Para um mundo com novos Valores”.


Assim acredito que seria interessante resgatarmos o elo perdido com a natureza, com o verde amarelo, não da bandeira, mas de nossa terra. Talvez ela nos ajude a lembrar nossa primeira natureza e depois de ultrapassar o medo, possamos alcançar a segunda natureza, mesmo que não tão livre quanto a primeira.




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